As 5 tendências que marcam hoje a formação

Consultores Cegos

A forma como aprendemos no trabalho está em constante evolução. Já percorremos um longo caminho desde que a formação empresarial era ministrada quase exclusivamente de modo presencial, e a pandemia apenas acelerou o ritmo ao qual as empresas estão a adotar o digital learning.

Este facto ajudou a aumentar, em certa medida, o envolvimento dos formandos, graças à variedade de ferramentas e dispositivos disponíveis.

Então, quais são as tendências atuais relativamente ao envolvimento na aprendizagem que devemos ter em conta? Qual será o impacto da IA na aprendizagem? E porque é que as pessoas estão a optar por uma aprendizagem mais autodirigida?

Recentemente, três managers do Grupo Cegos participaram em conferências globais de L&D para encontrar respostas a estas e outras questões.

De seguida, apresentamos as cinco principais tendências que estão a evoluir rapidamente.

1- Aprendizagem autónoma

A aprendizagem autónoma não é nada de novo, mas é certamente uma tendência crescente à medida que as pessoas procuram uma forma mais flexível e conveniente de desenvolver as suas competências.

"A evolução das tecnologias e as exigências do mercado contribuem para esta tendência", afirma Ian Kennedy, Consultor de Projetos Internacionais, que participou na ATD International Conference, em San Diego. "Atualmente, os formandos procuram autonomia e flexibilidade no seu percurso de aprendizagem, devido às suas vidas ocupadas. Querem melhorar as suascompetências e desenvolver-se ao seu próprio ritmo. A aprendizagem autodirigida cria uma experiência de aprendizagem personalizada e eficaz, centrada nas necessidades específicas do formando e no seu crescimento na sua função."

No entanto, o facto de os formandos terem de se motivar a si próprios significa que os conteúdos devem ser cuidadosamente concebidos.

"O desafio tem sido facilitar a participação dos formandos", afirma Ken Govan, Diretor Comercial e de Marketing, que participou na Learning Technologies Conference, em Londres. "Deve ser fácil para eles encontrarem o conteúdo e envolverem-se no percurso, que deve ser adequado a cada formando. O conteúdo em si deve ser altamente cativante e estabelecer uma ligação emocional. Por exemplo, deve ser revelador, lúdico, emocionante, intrigante, etc.".

2- IA generativa

O aparecimento repentino do ChatGPT alertou-nos a todos para as interessantes oportunidades oferecidas pela IA no espaço de aprendizagem, bem como para os seus perigos. Para além das preocupações com a autenticidade e a propriedade intelectual, parece que a IA generativa será um benefício tanto para os formandos como para os fornecedores deste tipo de aprendizagem.

"A IA generativa tem um impacto definitivo no processo de aprendizagem, especialmente no digital learning", afirma Catarina Correia, Diretora de Marketing e Comunicação, que participou na HR Digital Conference, em Lisboa. "Oferece oportunidades de aprendizagem personalizadas e interativas, permitindo que os formandos acedam a informação, orientação e apoio conforme o que necessitam. Ao conversarem com modelos de IA como o ChatGPT, os formandos podem fazer perguntas, procurar explicações e receber feedback imediato. Esta tecnologia aumenta o envolvimento dos formandos, incentiva a participação ativa e promove as competências de pensamento crítico. Além disso, permite uma forma económica e escalável de proporcionar experiências de aprendizagem personalizadas a vários formandos em simultâneo."

 IA também é boa para poupar tempo e gerar automaticamente conteúdos atrativos.

“Neste momento, a IA pode eliminar o `trabalho pesado` de muitas coisas, como por exemplo, deixar pronto 70% do conteúdo para análise, edição e validação", afirma Ken Govan. "Para a tecnologia de aprendizagem, a IA está a ter um impacto positivo imediato na curadoria dos percursos de aprendizagem. Com múltiplas exigências para criar percursos de aprendizagem atraentes e eficazes a partir do conteúdo existente, as ferramentas de IA podem reduzir drasticamente o tempo necessário para a criação deste tipo de conteúdos.

Formação de formadores
Dominar as competências essenciais para uma formação bem sucedida em contexto presencial ou virtual

3- Realidade Virtual (RV)

À medida que a tecnologia de RV evolui e diminui de preço, a formação em RV está a tornar-se cada vez mais acessível às empresas. Já tem sido amplamente utilizada para hard skills, uma vez que cria um espaço prático para as pessoas desenvolverem competências num ambiente sem riscos.

No entanto, à medida que a experiência se torna mais sofisticada, a RV é também uma ferramenta útil para o desenvolvimento de soft skills.

"Algumas empresas fornecem soluções de RV que simulam cenários em que os formandos interagem com avatares de managers digitais e participam em conversas sobre tópicos específicos, como soft skils e comunicação", afirma Ian Kennedy. "Estas práticas de formação realistas podem ser aplicadas a situações de trabalho da vida real. A presença de fornecedores que demonstram estas simulações de aprendizagem indica que as experiências de aprendizagem em RV continuarão provavelmente a melhorar e a generalizar-se no mercado de L&D. A tecnologia tornar-se-á mais realista, oferecerá uma gama mais vasta de tópicos e competências de formação e tornar-se-á uma parte normal da experiência do formando".

O Metaverso - um espaço de realidade virtual criado pela empresa Meta, de Mark Zuckerberg - prometeu revolucionar a forma como interagimos no mundo virtual. Apesar dos contratempos e de alguns recursos visuais pouco conseguidos, parece ser o início de algo que se poderá tornar bastante comum no futuro.

"O Metaverso é particularmente útil para a colaboração remota e para a aprendizagem em grupo, nomeadamente para atividades como o design de concepção e os workshops de brainstorming baseados na inteligência coletiva", afirma Catarina Correia. "Permite que os formandos assumam diferentes papéis, como o de um cliente ou manager, e exercitem competências como técnicas de vendas e argumentação. A integração de elementos de gamificação no Metaverso melhora ainda mais a retenção da aprendizagem. No entanto, a sua adoção na aprendizagem ainda é limitada devido a obstáculos como o custo elevado e o conforto do equipamento, bem como os desafios tecnológicos relacionados com a capacidade do servidor."

4- Gamificação

A tendência para incluir elementos lúdicos nos programas de formação tem ganho muita força nos últimos tempos. E é fácil perceber porquê.

"A gamificação impulsiona o envolvimento, por isso é muito importante", diz Ken Govan. "O contexto e a adequação são tudo. A sua execução tem de corresponder ao público, caso contrário arrisca-se a ser um truque. Se for bem utilizada, a gamificação liga as pessoas à aprendizagem e estimula a motivação."

Desde que os criadores de conteúdos se lembrem que o objetivo final é ensinar e não apenas entreter, a gamificação pode ser um dispositivo poderoso.

"À medida que as metodologias de formação evoluem, os formandos esperam cada vez mais que a gamificação faça parte da sua experiência de aprendizagem", afirma Ian Kennedy. "Os profissionais de L&D têm de pensar em como proporcionar um ambiente de aprendizagem divertido e envolvente que garanta que os conteúdos se fixem nos formandos e possam ser aplicados no seu dia a dia."

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5- Digital e móvel

Cada vez mais empresas optam por uma abordagem digital à L&D. A tendência de aprendizagem autodirigida (ver acima) é um fator chave para este facto, mas é a conveniência da mobilidade que atrai muitos formandos.

"Existem vários canais e plataformas disponíveis para aceder a conteúdos de digital learning", explica Catarina Correia. "Estes incluem opções populares como plataformas de aprendizagem online, Learning Management Systems (LMS) e aplicações móveis. Estes canais oferecem aos formandos diversos módulos interativos, vídeos, e-books e recursos multimédia."

É também a acessibilidade simples do e-learning que impulsiona a procura e o envolvimento.

"O conteúdo do digital learning é predominantemente consumido em pequenas quantidades através da microaprendizagem", afirma Ian Kennedy. "Os formandos preferem interagir com os conteúdos digitais em dispositivos móveis e plataformas de e-learning devido à conveniência e às experiências dinâmicas de envolvimento. É essencial reconhecer a preferência pelo digital learning e fornecer conteúdos que sejam facilmente acessíveis e adequados às necessidades e preferências dos formandos."

Embora a formação presencial continue a ser uma componente importante da L&D, a utilização crescente do digital continuará a impulsionar um maior envolvimento no domínio da aprendizagem empresarial. As organizações que investirem agora na tecnologia de aprendizagem terão mais facilidade em entusiasmar os seus colaboradores-formandos e em preparar-se para as mudanças que se avizinham.

Se quiser saber mais sobre como incorporar estas tendências de envolvimento nos seus programas de L&D, contacte-nos hoje mesmo.

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