5 formas de consciencializar a sua empresa para as alterações climáticas

Gui MarbackSócio Diretor na Crescimentum - Grupo Cegos

A sua organização está consciente dos impactos das alterações climáticas?

Se a resposta for não, saiba que é melhor trabalhar nisso o quanto antes! Afinal, não estamos apenas a falar das mudanças que estão a acontecer, mas também da forma de vencer a luta contra a crise climática.

As organizações são as estruturas sociais com maior poder de mobilização e impacto e, por esse motivo, necessitam de pensare promover ações práticas dentro e fora do seu seio.

Aproveitando a realização, este ano, da COP27, Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas - com 12 dias de debates centrados em temas cruciais para travar o aumento do aquecimento global – o momento é mais do que ideal para parar e repensar o papel da sua organização no mundo, certo?

Por isso, neste artigo trouxe 5 dicas de como iniciar essa importante consciencialização na sua organização. Vamos a isso?

Porque devemos preocupar-nos com as alterações climáticas?

Não há dúvidas de que amudança climática é uma realidade. Basta observar os incêndios florestais na Califórnia, no Pantanal, na Austrália ou as grandes chuvas no Nordeste brasileiro.

Mas a verdade é que existem dois grandes factos quando o assunto é sustentabilidade e empresas.

Primeiro, organizações que queiram deixar um legado para o futuro devem assumir grandes compromissos com a sociedade e com o mundo. Segundo (e talvez até mais relevante), para que isso realmente aconteça, as pessoas têm de mudar a maneira como pensam e realizam as suas tarefas dentro e fora do trabalho.

É por isso que as empresas devem unir forças para promover práticas que ampliem a reflexão sobre os grandes impactos que causam simples ações do dia a dia.

Segundo uma pesquisa da consultora Grant Thornton, 95% dos empresários consideram importante reduzir a emissão de gás carbónico, gerar energia limpa e adotar esforços contra a desflorestação.

Esse dado lembra-nos de como é imperioso colocar a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade no centro dos negócios, não pensando apenas no lucro, mas nas futuras gerações e na marca que se deseja deixar no mundo.

Além disso, é fundamental criar novas alternativas para conectar pessoas, tecnologia e soluções, construindo um mundo mais sustentável.

5 maneiras de consciencializar a sua empresa sobre as alterações climáticas

A grande verdade é que a consciencialização coletiva traz impactos que podem ser sentidos em todas as áreas de uma organização. Mas a grande pergunta é: como fazer isso?

Para o ajudar a dar o primeiro passo, separei 5 maneiras de consciencializar as pessoas da sua empresa:

1- Mobilidade sustentável

Sabia que o transporte é responsável pela emissão de 16% dos gases de efeito estufa no mundo? A mobilidade diária das pessoas contribui em grande escala para essas emissões, principalmente em países que possuem uma área urbana significativa.

Portanto, se as empresas querem mesmo ajudar as pessoas a reduzirem essa emissão, o primeiro passo deve ser olhar para a deslocação diária das suas equipas.

Existem algumas formas para fazer com que a mobilidade seja sustentável: incentivar a partilha do mesmo veículo (boleias rotativas, por exemplo), o uso de transporte público, bicicletas, percurso pedestre (depende, obviamente, da distância em causa) e outras similares.

Se nenhuma dessas opções são compatíveis com a realidade da sua organização, por que não incentivar o trabalho híbrido? Essa é uma forma que, além de aumentar a flexibilidade, ajuda a diminuir a deslocação e, consequentemente, a emissão de dióxido de carbono (CO2).

2- Evitar o desperdício no ambiente de trabalho

Sabia que é possível reduzir a emissão de CO2 através de atitudes simples?

Pois é, são pequenas ações que fazem uma grande diferença.

Além disso, organizações podem (e devem) estimular as equipas a ter hábitos sustentáveis de trabalho em casa, contribuindo para a diminuição da pegada individual de carbono.

Tal ajuda a aumentar a consciência sobre o consumo, abandonando costumes automáticos e agindo conforme os 3R`s (reduzir, reutilizar e reciclar). Princípios básicos que têm de fazer parte das práticas de qualquer empresa!

3- Transparência nos processos

Já se deu conta de como as empresas que procuram ser mais sustentáveis devem também ser mais transparentes?

Afinal, além de se preocuparem com o impacto social que causam na sociedade, é essencial mostrar ao público como funciona a cadeia produtiva e quais são os caminhos que os produtos e serviços precisam de percorrer até chegarem ao consumidor final.

Ao saber quais são os processos que ocorrem dentro de uma organização, as pessoas desenvolvem mais empatia, confiança e realmente compreendem quais são os valores e a missão da companhia.

É por isso que sempre digo que a transparência nos processos aumenta significativamente a fidelização dos clientes, além de estimular a disciplina relativa aos próprios processos, de cuidar permanentemente da sua evolução.

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4- Formar e desenvolver a liderança

No mundo corporativo existe um facto que é incontestável: seja qual for a meta ou o objetivo, se a ideia não for aceite pelas lideranças da empresa, nenhuma mudança acontecerá.

A transformação sustentável prevê uma mudança de cultura. Como as organizações se transformam a partir da evolução das pessoas, o pontapé inicial está na formação e desenvolvimento da liderança, para que a sua mudança de mindset aconteça e influencie a transformação em toda a organização.

É justamente por isso que as lideranças devem compreender a importância e o propósito das ações sustentáveis, bem como o retorno que a empresa receberá. Além disso, também é fundamental investir em formações e discussões produtivas sobre o tema, para que as lideranças consigam ampliar o conhecimento e passar adiante.

5- Envolver a equipa

Por mais que seja essencial transmitir os impactos das alterações climáticas e a importância das práticas sustentáveis, não é apenas a liderança que é a peça-chave para construir uma empresa eco-friendly.

É fundamental que as demais pessoas da organização entendam quais serão os frutos colhidos com essas práticas a médio e longo prazo.

A ampliação do conceito da equipa para o todo será mais eficaz se assegurada pelo processo de decisão e por todo o desenho da governança corporativa. Assim, são abrangidos todos os níveis da organização, é alargada a consciência, promovida a formação, fomentada a conexão e reforçado o sentido de compromisso entre as pessoas – sustentados por um conceito capaz de unir todos em torno de um propósito comum.

E aqui deixo um importante lembrete: todas essas iniciativas para a consciencialização apenas funcionam se forem coletivas.

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O futuro é agora!

Não importa em que segmento ou setor se integra a sua organização. Já deve ter constatado como a mudança climática impacta os resultados e a alta performance dos negócios.

Mas o oposto também é verdadeiro: as ações da sua empresa influenciarão igualmente o planeta nas próximas décadas – para melhor ou para pior. Qual destas duas hipóteses escolhe?

Para o ajudar a repensar ainda mais esses impactos e a importância da consciencialização, deixo aqui um vídeo do Grupo Cegos sobre suficiência e consumo energéticos. Clique aqui para ver!

Saber a teoria é importante, mas através deste conteúdo verá que a prática é essencial!

Espero que o tenha ajudado a refletir sobre este assunto tão importante.

Até à próxima!

Escrito por

Gui Marback

Licenciado em Economia pela PUC de Salvador e com um MBA Executivo pelo IBMEC, ele acumula mais de 20 anos de experiência como executivo em grandes instituições financeiras, incluindo Citibank, Banco Chase Manhattan e HSBC. Mais tarde, reorientou a sua carreira para o sector da educação e desenvolvimento humano, assumindo o cargo de Director de Desenvolvimento Organizacional do Centro Universitário Unijorge e colaborando ativamente com o Conselho de Educação e o MEC.Especialista em Transformação Cultural e certificado por várias instituições internacionais, integra o exclusivo grupo de Global Partners do Barrett Values Center. Atualmente, actua como consultor de desenvolvimento organizacional e gestão da cultura organizacional, além de ser Coach Executivo e Director da unidade de negócios em Consultoria e Gestão de Cultura Organizacional na Crescimentum.
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