Bem-Estar: O motivador-chave da permanência dos colaboradores
Índice da Excelência 2023
Em 2023, os colaboradores registaram níveis mais baixos de bem-estar e compensação e benefícios, quando comparados com o ano anterior. Ainda assim, permanecem como os principais indicadores de satisfação nas empresas, revela a 8.ª edição do “Índice da Excelência”, estudo de clima organizacional e desenvolvimento do capital humano.
Desenvolvido pela Cegoc e pela Neves de Almeida HR Consulting em parceria com o ISCTE Executive Education, o “Índice da Excelência” analisa o estado da arte das práticas de Recursos Humanos em Portugal e, além de um diagnóstico interno, permite o posicionamento das organizações face ao mercado, no que diz respeito à satisfação dos colaboradores e das políticas de desenvolvimento e gestão de talento.
O estudo revela que, em 2023, os níveis de bem-estar e de compensação dos colaboradores sofreram uma queda significativa. Apesar disso, ambos continuam a ser indicadores cruciais de satisfação nas empresas, apontando para a necessidade de investimentos em áreas como formação e gestão de carreiras.
Na 8ª edição do Índice da Excelência, uma matriz de envolvimento e tipologia de colaboradores destaca a relação entre bem-estar e risco de saída. Verifica-se que os colaboradores com menor envolvimento tendem a apresentar elevados níveis de tensão e maior intenção de saída. Além disso, o estudo sublinha a necessidade de políticas de gestão mais robustas para equilibrar a pressão laboral e manter a motivação.
Sobre o Futuro
Ricardo Martins, CEO da Cegoc, revelou que, finda esta oitava edição, o Índice da Excelência vai adotar um novo posicionamento e uma nova marca. Explica o que o justifica e quais as principais alterações que isso implica:
“Esta alteração reflete a nossa ambição de alargar este benchmark para outros territórios onde o Grupo Cegos marca presença, nomeadamente Brasil e Espanha, já em 2024, e alguns dos nossos clientes também têm colaboradores. A mudança do nome do Índice da Excelência para "People and Culture Survey", justifica-se, por isso, essencialmente pela necessidade de clarificarmos o seu posicionamento em geografias onde o termo “Excelência”, aplicado à gestão, assume uma conotação mais ampla e que extravasa o nosso propósito de, através dele, ajudarmos as empresas a avaliar as suas práticas de Recursos Humanos, mas também compreender e promover culturas organizacionais positivas. Para além do exercício de rebranding que já foi anunciado no final da sessão de atribuição dos prémios 2023, por forma a dar resposta às exigências locais, teremos naturalmente de localizar os questionários e adaptar os respetivos relatórios a cada geografia onde o People and Culture Survey vier a ser introduzido. É possível que algumas dessas alterações venham também a inspirar melhorias na versão que formos lançando em Portugal, até porque, com tem sido hábito, todos os anos vamos atualizando o estudo com novas dimensões que visam captar temas conjunturais prementes do contexto laboral, tanto local como internacional, em que vivemos.”
Já Gonçalo de Salis Amaral, Head of People & Culture Consulting da Cegoc, destaca o progresso em áreas como envolvimento e bem-estar, enquanto Henrique Manuel Duarte, Professor do ISCTE, sublinha a importância da matriz de envolvimento para entender os fatores que levam à retenção e ao esforço adicional, assim como a razão pela adição de um novo bloco de “well-being” ao estudo, “Para além de este ser o maior preditor de envolvimento e saída, verificou-se que deriva da maior pressão de trabalho e da mudança de tarefas, quando não são acompanhadas de políticas que reforcem os recursos dos trabalhadores, designadamente práticas de liderança, desenvolvimento de competências, autonomia do trabalho e remunerações e benefícios.”.