SMART&AGILE: Desenvolver a agilidade em situações críticas

Maria João CeitilManaging Director FranklinCovey PT | Head of Integrated Solutions Cegoc

De repente tudomuda. Se esta era uma premissa que parecia já dominar a nossa realidade nosúltimos anos, tomou nos últimos meses uma dimensão completamente nova.

De repente tudo mudou! De repente as escolas encerram, os eventos públicos são cancelados, as rotinas diárias são alteradas e as pessoas são aconselhadas a ficar em casa, e a trabalhar remotamente. Não estávamos à espera disto, há quem diga que não estamos preparados para isto, há quem diga que não iremos saber gerir as consequências disto. Não sabemos ainda toda a dimensão que a atual situação tomará e durante quanto tempo dominará o nosso quotidiano.

 

 

Mas uma coisa sabemos… preparados ou não, sabendo ou não o que ainda irá acontecer, teremos de nos adaptar a isto! E é precisamente nestas situações excecionais que nos surpreendemos com a nossa capacidade de reagir e agir para ultrapassarmos os desafios com que nos defrontamos.  E como podemos nós, profissionais de RH, apoiar esta fase crítica que as organizações enfrentam? Qual o nosso papel e como ajudamos as pessoas a lidarem com todas estas alterações?

Certamente muitopodemos fazer, e podemos e devemos atuar em várias frentes de extremaimportância, sendo a nossa intervenção nesta altura certamente crítica paragarantir que existe uma boa gestão do stress, da comunicação, entre outras. Nãose pretende neste artigo afirmar que a agilidade é “a” competência-chave quedará resposta à situação atual, mas certamente é “uma das” competências adesenvolver e implementar para gerir equipas no contexto atual. E quandofalamos em agilidade falamos nos quatro valores fundamentais do Manifesto Agile:transparência, adaptabilidade, simplicidade e união.

 

Podemos ajudar as pessoas sendo transparentes!

Comunicar e informar de forma clara, isenta e totalmente imparcial. É necessário que as pessoas entendam o que está a acontecer, saibam o que devem fazer e sintam que nada lhes é escondido, omitido ou dissimulado. Comunique tudo, comunique muito, e comunique bem.

 

Podemos ajudar as pessoas a adaptarem-se, adaptando-nos em primeiro lugar e criando as condições para esta mudança súbita.

É urgente criar mecanismos para gerir as equipas à distância, reorganizar os métodos de trabalho e disponibilizar as ferramentas necessárias para novas formas de trabalhar. Coloque à disposição das pessoas as tecnologias necessárias, promova desafios à distância, potencie a continuidade da aprendizagem e o desenvolvimento de competências.

 

Podemos ajudar as pessoas simplificando!

Está na hora de “largar” o processo, as regras, procedimentos e regulamentos. É necessário agora manter o foco nos resultados a alcançar, e não nas horas trabalhadas ou tarefas concluídas. Simplifique os processos de trabalho e ajude as pessoas na identificação dos principais outputs que devem ser produzidos e resultados a alcançar, e não crie barreiras procedimentais.

 

E por último… mas talvez em primeiro, podemos ajudar as pessoas promovendo a união!

Estamos habituados a viver em comunidade, a partilhar o dia a dia com os colegas, clientes e parceiros. O isolamento social poderá ter fortes impactos emocionais que poderão afetar a resiliência das pessoas. Acompanhe as suas equipas, promova videochamadas, otimize os contactos pelos canais de comunicação. Esta é a altura de recorrer aos chats, videochats e os mais diversos instrumentos de comunicação para evitar que as suas pessoas se sintam sozinhas, isoladas e perdidas.

Esta é, sem dúvida, “a” altura para todos nos unirmos e juntos superarmos um dos maioresdesafios sociais e económicos de que temos memória!

Escrito por

Maria João Ceitil

Detentora de uma vasta experiência como Consultora e Formadora nos domínios de Gestão de Recursos Humanos, Gestão da Performance Organizacional e Executive Coach.

Ao nível da formação superior, possui um Mestrado Integrado em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), um Mestrado em Gestão do Potencial Humano pelo Instituto Superior de Gestão (ISEG) e uma Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Humanos, na Perspectiva da Gestão com as Pessoas, pela Universidade Lusófona.

Possui também diversas certificações e formações, nomeadamente a Certificação em Executive Coaching pela Escola Europeia de Coaching de Lisboa, a certificação em Dynamic Coaching pela Go4 Consulting e a Formação Pedagógica Inicial de Formadores pela CEGOC.

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