A transformação digital e tecnológica é já uma realidade inegável... estamos verdadeiramente no início de uma era de transformações e crescimento exponenciais. Até ao momento, as revoluções tecnológicas envolveram o mundo material que nos rodeia mas quando a tecnologia começa a envolver o mundo biológico... que riscos, desafios e oportunidades?

Tecnologia vs Humanidade

Tecnologia vs Humanidade: a minha posição é otimista e esperançosa!

Este título (do meu novo livro “Technology vs Humanity”) funciona como uma provocação e não como predição. Para mim, colocar a tecnologia contra a humanidade seria o pior cenário possível: a tecnologia não estaria ao serviço do desenvolvimento humano, tendo sim, como objetivo, o seu próprio desenvolvimento. No entanto, não acho que isso possa acontecer se pudermos, finalmente, começar a colaborar num conjunto global de normas éticas digitais, numa compreensão coletiva do que/ quem queremos ser no futuro e definirmos onde termina o "humano" e começa a 'máquina', e vice-versa. Num futuro ideal, a humanidade comandará a tecnologia, aproveitará o seu potencial para resolver a maioria dos seus desafios (doenças, escassez de água, de comida, energia, etc.), permitindo-nos passar mais tempo nas camadas superiores da pirâmide de necessidades de Maslow (necessidades sociais e culturais, autorrealização, etc.). A humanidade somada à (ou com a) tecnologia terá um resultado significativamente positivo – reforçando o que tem sido o nosso padrão histórico. Portanto, neste momento, estou otimista em cerca de 90%... e preocupado com o futuro (10%). Porém, é urgente não deixar que os 10% cresçam exponencialmente, juntamente com o resto!

[caption id="attachment_982" align=aligncenter width=680]via Gerd Leonhard[/caption]

 

A humanidade vai mudar mais nos próximos 20 anos do que nos 300 anos anteriores.  

A atual mudança tecnológica exponencial e combinatória e o efeito composto dessas mudanças supera, amplamente, a revolução industrial ou a invenção da imprensa. Um fator decisivo é que a tecnologia não permanecerá mais além de nós (ou seja, dos nossos corpos) – aliás, está realmente a mover-se para dentro de nós (via wearables, BCIs, nanotecnologia, Inteligência Artificial, etc.), impactando assim a própria definição de humanidade. Até ao momento, as revoluções tecnológicas envolveram o mundo material que nos rodeia. Quando a tecnologia começa a envolver o mundo biológico dentro de nós – o que já começou, os 300 anos desta afirmação podem expandir-se rapidamente para 3000 anos…

 

“Abrace a tecnologia, mas não se transforme nela!”

 O que me preocupa na atualidade é a suposição de que conhecemos os limites da humanidade - e que esses limites devem ser desmantelados através de algum tipo de intervenção. O progresso tecnológico não é claramente algo que podemos desfazer ou prevenir. A tecnologia está a crescer de forma exponencialmente poderosa e é provável que tenha efeitos muito positivos sobre a humanidade - como a possibilidade de acabar com doenças, resolver problemas de energia e reduzir o aquecimento global e possivelmente interromper ou reverter a mudança climática. Logo, é necessário abraçar a tecnologia e tirar partido das suas potencialidades, mas sem nos “tornarmos tecnológicos no processo”. Embora possamos e devamos usar as ferramentas tecnológicas para facilitar a nossa vida, não devemos automatizar as interações humanas de tal forma que não possamos funcionar mais sem elas.  

 

Veja este vídeo sobre o futuro da tecnologia e da humanidade.

 

Devido às mudanças tecnológicas exponenciais e à forma como as suas forças estão a combinar-se, existem 10 tendências que são absolutamente essenciais entender...  Não perca o meu próximo artigo sobre "Megashifts".

 


Gerd Leonhard, Future Strategist e CEO da The Futures Agency, virá ao Business Transformation Summit, a 17 de outubro de 2017, em Lisboa:

  • Conferência: Towards Exponential Growth - Antecipar o futuro num mundo de Tecnologias exponenciais
  • Transformation Lab: Tirar partido das “MegaShifts” para fazer crescer o seu negócio
Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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