Vantagens em gerir mal o seu tempo...

 

Os métodos e ferramentas de gestão do tempo e das prioridades existem há mais de cinquenta anos. Todos os anos são publicados artigos sobre este assunto, existem inclusivamente listas de boas práticas na Internet… Mesmo assim, a procura de formação e coaching nesta área é constante, tanto por parte de chefias, como de colaboradores. Genericamente, as pessoas sabem o que fazer para gerir bem o seu tempo, mas nem sempre o fazem. Porque será que isto acontece?

Este fenómeno não é exclusivo da gestão tempo. Vejamos o caso dos fumadores que conhecem os malefícios do tabaco, mas que continuam a fumar, ou o caso das pessoas que têm um nível elevado de mau colesterol e que continuam a comer fritos. Partindo do princípio que todas estas pessoas estão informadas, conhecem as soluções e têm capacidade para as aplicar, o que é que as leva a repetir um comportamento que sabem ser prejudicial para si e para os que as rodeiam? É muito provável que os interessados retirem destes comportamentos algumas vantagens.

"O que gostamos de fazer passa depressa e o que não gostamos parece nunca mais terminar!"

Recordemos um episódio clássico dos tempos de escola: os 15´ do intervalo pareciam sempre passar mais rapidamente do que os 15´ em que estávamos a ouvir o professor. Porquê? Naturalmente, porque o que gostamos de fazer passa depressa e o que não gostamos parece nunca mais terminar! O tempo tem de facto uma forte componente subjetiva que assenta na forma como percecionamos as situações e no prazer que daí retiramos e é por isso que várias vezes os comportamentos que escolhemos não contribuem para uma gestão eficaz do nosso tempo. Seguem-se alguns exemplos:

  • Prolongarmos no tempo, adiarmos ou despacharmos rapidamente um determinado trabalho, porque não nos agrada e damos prioridade a atividades mais prazerosas;
    • Deixarmos a realização de uma determinada tarefa para o último dia, correndo o risco de não cumprir o prazo, porque gostamos de sentir a adrenalina da “pressão do tempo”;
  • Não dedicamos o tempo necessário às várias esferas da vida pessoal, porque sentimos prazer em trabalhar intensamente e gostamos de ser vistos como “workaholics”,
  • Quando trabalhamos muito, mas no final do dia percebemos que o essencial ficou por fazer, porque queremos agradar aos outros e não somos capazes de “dizer não” a determinados pedidos.

"Vantagens escondidas"

As vantagens que retiramos em gerir mal o nosso tempo estão muitas vezes ao nível do inconsciente, pelo que são consideradas “vantagens escondidas” e podem ser classificadas em quatro grandes categorias:

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Reconheça as suas “vantagens escondidas” para que possa identificar os seus obstáculos a uma gestão do tempo mais eficaz!

Por melhores que sejam as técnicas e as ferramentas, elas vão falhar se o privarem das vantagens que procura, por isso mantenha as suas vantagens, mas de forma positiva e produtiva!

 

 

Escrito por

Silvia Varão

Licenciada em Psicologia Social e das Organizações e pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos pelo ISCTE.
Responsável pela área de Desenvolvimento Pessoal e Profissional
Autora do livro “Gestão dos Recursos Humanos para Principiantes”, – ed. Sílabo, 2009.

Sou consultora/formadora nas áreas de Desenvolvimento Pessoal e Profissional, Liderança Equipas e Gestão do Capital Humano.
As minhas principais áreas de intervenção são Gestão do Tempo, Comunicação, Assertividade, Gestão de Conflitos e Formação Pedagógica de Formadores.

Na área de Gestão do Capital Humano tenho trabalhado em projetos de consultoria no desenvolvimento e implementação de Sistemas de Gestão do Capital Humano.
Integrei a Cegoc em 2001 e o meu percurso nesta empresa tem sido muito enriquecedor devido à multiplicidade de projetos nos quais tenho participado.

Entendo este blog como uma excelente oportunidade para partilhar ideias e as muitas experiências que tenho tido o privilégio de viver no exercício da minha atividade.

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