A competitividade pode ser considerada como uma guerra constante entre as organizações que rivalizam num determinado contexto e indústria. Por este motivo, é claro que as organizações têm de estar no estado constante de alerta e quando se preparam para competir têm de estar preparadas para um estado de Guerra e Paz com os vários stakeholders, seguindo quatro váriáveis qua apresento neste artigo.
Guerra e Paz: conheça as quatro variáveis que podem tornar a sua Organização mais competitiva
Obter sucesso no negócio
Quando nos lançamos num negócio queremos obter sucesso, sendo que a definição de sucesso deve estar refletida na visão, na missão e nos valores que regem o caminho da organização. É desta forma que podemos verificar se os resultados obtidos estão de acordo com o modelo de negócio que desenhamos e pretendemos desenvolver.
No entanto, seja qual for a visão, missão e os valores, é certo e essencial que a organização tem de ser competitiva no mercado onde está inserida, seja através de políticas de preço, de distribuição, de segmentação de produto e/ou clientes, de localização, de alianças e parcerias ou outros fatores. O importante é investir em características diferenciadoras que naturalmente tornem a organização mais competitiva e se possa tornar sustentável.
A competitividade pode ser considerada como uma guerra constante entre as organizações que rivalizam num determinado contexto e indústria. Por este motivo, é claro que as organizações tem de estar no estado constante de alerta.
“A única certeza sobre a guerra é que na guerra não há certezas.”
Winston Churchill
Preparar as organizações para competir
Quando as organizações se preparam para competir têm de estar preparadas para um estado de Guerra e Paz com os vários stakeholders, desde os competidores aos fornecedores passando pelos próprios acionistas da Organização. Para ecoar os tambores da vitória na guerra e a prosperar, mantendo uma posição na paz, as organizações têm de ‘afiar’ e ‘polir’ as suas armas (leia-se recursos e competências), e desta forma podem ser mais competitivas e fortes. A competição requer (1) um estado de alerta por forma a obter o conhecimento sobre todos os fatores que podem influenciar o mercado e os respetivos stakeholders, (2) uma análise constante dos eventos de modo a poder atuar em conformidade com os factos, (3) uma ação estratégica com o objetivo de atingir o sucesso.
A competição, a decisão estratégica e as ações tomadas devem fluir de acordo com quatro variáveis:
1. Conhecimento das características e dos planos dos competidores.
Recolher e cruzar informação para descobrir quais são os planos e os pontos fortes e fracos dos concorrentes. Assim é possível determinar de uma forma mais assertiva onde atuar, como atuar e quando atuar. Existe uma falta de conhecimento empresarial ao nível da importância e necessidade da recolha e análise de informação concorrencial, já Porter dizia: “a maioria das empresas não analisa a concorrência em profundidade. Elabora uma lista de pontos fortes e pontos fracos, mas não compreendem o que realmente motiva os competidores e qual é o seu comportamento”.
“Conhece o inimigo e conhece-te a ti próprio; em cem batalhas, nunca estarás em perigo. Se desconheceres o inimigo, mas te conheceres a ti próprio, as hipóteses de perder ou ganhar são iguais. Se desconheceres o teu inimigo e te desconheceres a ti próprio, podes estar certo de que estarás em perigo em todas as batalhas”
Sun Tzu
Em suma um planeamento estratégico meticuloso baseado em informações sólidas e consistentes estão diretamente associados a vitórias e vantagens competitivas fortes.
2. Foco no modelo de negócio, nos objetivos e nas ações definidas.
É essencial que não se perca o foco do modelo desenhado, é importante ao longo do percurso que se vá alinhando e ajustando o modelo de negócio, diversificar pode ser importante, porém é claro que por vezes é melhor produzir um produto e/ou serviço com qualidade do que apostar na produção de vários produtos e não conseguirem uma qualidade adequada às necessidades. Muitas vezes a perda de foco pode tornar as empresas mais fracas e ao invés de se tornarem mais fortes, são ultrapassadas pelos seus competidores.
3. Escolha do terreno onde competir.
Esta é uma variável importante visto que pode determinar o sucesso ou insucesso em qualquer batalha. Deve-se escolher o terreno de acordo e adequado aos nossos pontos fortes, alterar as regras e a natureza das operações de modo a obter uma vantagem competitiva. Portanto após conhecer os competidores e a própria organização deve-se competir onde for mais conveniente, escolher e/ou adaptar as regras de confronto, apostar nos pontos fortes e está definida a receita para o sucesso.
4. Surpreender os competidores.
Este é um fator determinante visto que quanto maior é a surpresa, maior é o tempo de reação do competidor para recuperar, além de que pode desmoralizar por completo os concorrentes levando-os mesmo a inação ou a tomada de decisões erradas.
Por vezes, mesmo que sejamos maiores e mais fortes que o nosso adversário, se não o conhecermos melhor do que ele nos conhece a nós, se nos dispersarmos e perdemos as nossas forças, se não escolhemos o terreno onde queremos competir e competirmos no terreno dos nossos competidores, se formos surpreendidos em vez de surpreender vamos desperdiçar tempo, recursos e animicamente ficaremos desmoralizados e fracos entrando de facto em desvantagem competitiva.
Torna-se claro que, para ter sucesso no mercado, é determinante recolher o maior número de informação credível possível e cruzá-la com o modelo de negócio e com a estratégia desenhada de modo a poder-se atempadamente seguir o curso ou ajusta-lo de modo a vencer batalhas e a cimentar uma posição no mercado que torne a empresa sustentável, consistente e acima de tudo uma referência de sucesso.