Redação de documentos técnicos

Nunca redigium documento técnico, e agora?

 

A questão da redação de textos é, muitas vezes, subvalorizada nas empresas. Porém, esta é a base de muitas funções e processos internos. Os Technical Writers, por exemplo, ao construírem grande parte dos documentos técnicos associados aos maiores produtos das suas organizações, são confrontados – muitas vezes – com a falta de critério no que respeita a importância do seu papel.

 

 

Documentos técnicos

Num pequeno evento ocorrido no início deste ano, um dos intervenientes rapidamente manifestou a sua opinião sobre este tópico, ao dizer que a escrita técnica ultrapassa largamente a simples impressão de letras num documento. Antes do processo de escrita, estes profissionais percorrem uma longa jornada de compreensão do produto, de pesquisa das suas capacidades e de teste das limitações subjacentes. O documento será apenas o final de todo esse caminho.

 

Foco no conhecimento

Em todas as empresas, será necessário – num ou noutro momento – criar documentos que permitam aos colaboradores e/ou clientes compreenderem um conjunto de ideias. Estes textos, por possuírem um cariz mais técnico, devem aliar a boa capacidade de escrita à componente de conhecimento. Na verdade, este é um dos grandes desafios destes profissionais: apresentarem informação técnica a uma audiência não-técnica. Há bem pouco tempo li algo sobre esta questão, num texto sobre a redação de textos técnicos na área da saúde*, em que diziam que a informação pode comparar-se a um medicamento: tem potencial para aumentar a condição de saúde do paciente, mas apenas quando é apropriado às suas condições específicas ou, neste caso, ao seu nível de compreensão sobre o assunto (Givaudan, PIck, Venguer & Xolocotzin, 2002).

 

Processo de escrita de documentos técnicos

Imagine que lhe pedem para construir um texto técnico sobre um determinado produto. Não sendo um especialista na redação de documentos técnicos, e não possuindo a normal formação e experiência que permitem a estes profissionais produzirem informação tão valiosa, podemos deixar-lhe um processo de 3 etapas que poderá adotar:

  1. Planeamento
  2. Escrita
  3. Revisão

Não desvalorize a fase de planeamento. Aqui deverá identificar a sua audiência e conhecer as suas expetativas. Explore o propósito e estude aprofundadamente o material. Compreenda o processo de escrita que irá abraçar e organize os seus pensamentos e materiais. Para além disso, lembre-se de planear o tempo posterior de redação, revisão e edição.

O seu objetivo será sempre apresentar algo diferenciador, que permita ao utilizador enriquecer a sua experiência de aprendizagem. Assim, aprenda. Escreva. Partilhe.

 

Referências:

*Givaudan, M., Pick, S., Venguer, Ma. & Xolocotzin, U. (2002). Bridging the Communication Gap: Provider to Patient Written Communication Acros Language and Cultural Barriers. Robert Wood Johnson Foundation

 

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
Saiba mais