Desde sempre os autores procuram justificar a causa dos líderes, pelo nascimento ou pela construção. O mesmo é questionar: o líder nasce ou faz-se?
O líder nasce ou faz-se?
Cremos que, em determinadas circunstâncias, o líder pode nascer líder ou, pelo menos, nascer quer com “ADN de líder”, quer num contexto específico facilitador da sua ascensão a situações de liderança. Contudo, por vezes, mesmo em contexto e com ADN ascendente propícios, o líder potencial pode desvanecer-se e perder o que se previa ser uma grande oportunidade, não concretizando, por isso, aquele potencial.
Por outro lado, noutras circunstâncias, o líder faz-se, constrói-se ou é influenciado a construir-se. Neste tipo de situações se, estes líderes a construir, tiverem ADN ascendente e contexto propício, então a probabilidade da concretização do desiderato de liderança, será exponencial.
Retenha-se, porém, que pode haver influência externa, ADN e contexto propícios e, ainda assim, não haver concretização do potencial de liderança.
Face a esta possibilidade de não concretização, mesmo na presença de todos os fatores explicativos das teses que dividiram a análise numa análise maniqueísta (o líder nasce ou faz-se), resta-nos questionar se o elemento decisivo para identificar a “causa primeira” e decisiva do surgimento de um líder poderá consistir em algo diferente do nascimento e da formação/construção tout court? Cremos que sim.
Entendemos então que além da CAUSA NASCIMENTO e da CAUSA CONTEXTO, existe uma CAUSA MAIOR preditora por si mesma da probabilidade do surgimento de um líder: A CAUSA VONTADE!
A CAUSA VONTADE!
Esta causa (CAUSA VONTADE) pode, pois, existir mesmo sem quaisquer outras causas (NASCIMENTO ou CONTEXTO), promovendo por si só a concretização do surgimento do líder, ou seja, mesmo em contexto adverso e mesmo sem ADN potenciador, pode verificar-se o surgimento de um líder, por via da vontade.
Esta vontade, para funcionar como causa, para funcionar como primeiro passo de um processo que culminará no surgimento de um líder, implica a verificação de um pressuposto: uma autoanálise, uma autoavaliação tendente a verificar a existência da vontade de ser líder, concretizada num conjunto de questões destinadas a clarificar se a vontade de ser líder existe mesmo.
Caso as respostas àquelas questões sejam positivas e o líder potencial clarifique perante si mesmo que pretende concretizar todo um processo que o levará a ser líder, poderá então passar à fase decisiva do planeamento.
“Planear a Liderança”
Este planeamento implica o mapeamento das competências core da liderança, a identificação precisa da dimensão em que pretende liderar (v.g. sociedade alargada, organização, família, equipas lúdicas), a previsão sobre quais serão os seus facilitadores no processo de treino (conselheiros, mentores e coaches) e qual a gestão estratégica subjacente à “CAUSA PRIMEIRA” – o ato de vontade – ou seja, qual a visão, qual a missão, valores e objetivos que pretende atingir enquanto líder, tendo sempre presente o conselho inesquecível de Einstein:
Há uma força motriz, mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atómica: a vontade!