Perfeccionismo: sim ou não?
Considera-se uma pessoa perfeccionista? É bastante crítico em relação ao seu próprio trabalho? Prefere trabalhar sozinho, ao invés de em equipa, de forma a poder fazer tudo "à sua maneira"? Se respondeu que sim a estas perguntas, não significa que seja propriamente um aspeto negativo da sua personalidade. Por outro lado, pode não se considerar perfeccionista, mas sim uma pessoa exigente consigo própria e que procura sempre fazer o melhor no seu trabalho. Como tudo na vida, a raiz do problema pode ser o excesso.
O perfeccionismo é definido como uma tendência em procurar exageradamente a perfeição. De acordo com alguns estudos, pode desenvolver-se ainda durante a infância, nomeadamente quando as crianças são recompensadas por algum feito académico ou atlético, o que leva ao desejo crescente de agradar os outros, sendo que este sentimento se difunde na vida adulta.
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Características
Uma pessoa perfeccionista é, habitualmente, deveras organizada, atenta aos detalhes, bastante determinada, perseverante, muito focada, comprometida, metódica e meticulosa. Além disso, acredita que não pode errar e não lida muito bem com críticas externas.
Prós e contras
Muitas vezes, estas características fazem toda a diferença na vida pessoal e profissional de uma pessoa. Todos pretendemos ser os melhores naquilo que fazemos, pelo que trabalhar nesse sentido afincadamente é sempre um ponto positivo. Contudo, quando somos demasiado perfeccionistas, criamos uma rotina de expectativas tão elevada e desgastante que acabamos por não conseguir lidar bem connosco próprios ou com as pessoas à nossa volta. Além disso, traz dificuldade de adaptação a novas situações, o que pode limitar o seu sucesso.
A busca pela perfeição pode levar à frustração
Este aspeto pode gerar angústia e ansiedade. Este padrão de exigência demasiado elevado não deixa que a sua mente descanse e seja leve e bem resolvido, o que faz com que entre num ciclo vicioso e autodestrutivo – o chamado perfeccionismo neurótico, em que existe um comportamento de repetição excessiva de tarefas que se possam aproximar de um objetivo rigoroso. Quando levado ao extremo, pode tornar-se num transtorno obsessivo compulsivo, levar à depressão ou despertar fobias sociais.
Apesar dos pontos negativos apresentadosacima, preocupantes para a saúde mental de um indivíduo, o perfeccionismo estáem alta, com estudos a apontar para um crescimento significativodesta propensão nas últimas três décadas.
Perfeição vs Produtividade
Não confunda estes dois termos e não deixe que o perfecionismo o leve a ser contraprodutivo. Muitas vezes, essa atitude demasiado crítica atrasa o seu trabalho, ao invés de o fazer melhor, o que prejudica a sua performance profissional.
- Contudo, nem sempre é fácil desistir de atingir a perfeição, seja por ambientes de trabalho competitivos, pelo próprio orgulho ou personalidade assim como o medo de falhar, este último inerente a muitos de nós. De forma a ser mais produtivo e menos perfecionista, tente olhar para o assunto sob várias perspetivas, afinal “feito é melhor que perfeito”, citando a Executiva do Facebook, Sheryl Sandberg.
O perfecionismo não deve afetar o seu progresso e, neste sentido, não é necessário que abdique de ser excecional, mas ao esforçar-se por ser mais produtivo que perfeito significa, por exemplo, que poderá aprender a gerir melhor o seu tempo e os prazos de entrega e até desenvolver e fortalecer a sua inteligência emocional, de forma a conseguir tomar decisões mais assertivas.