Plano de onboarding: o passaporte para bons anos de trabalho

Fátima GonçalvesHead of Talent & Inovation Head of Learning & Development Solutions at CEGOC

Nenhuma etapa na vida das empresas é, em simultâneo, tão facilmente identificável e fundamental como o onboarding.

As primeiras semanas de um colaborador na sua nova organização são determinantes para toda a experiência profissional que as duas partes irão trilhar. Porquê?

Em primeiro lugar, porque é o momento mais adequado para começar a beber a cultura da empresa, absorver os seus valores e vincular-se a eles: pertença e empatia. De acordo com um estudo da empresa de tecnologia norte-americana BambooHR, 89% daqueles que receberam uma integração eficaz sentem-se fortemente integrados na cultura da empresa, contra apenas 59% daqueles que receberam uma integração ineficaz.

Em segundo lugar, porque é fundamental o alinhamento com os objetivos e expectativas de forma que os novos colaboradores entendam qual o seu papel e o que é esperado deles.

E ainda, porque acelera a adaptação ao ambiente de trabalho, proporcionando conhecimentos práticos e ferramentas necessárias para potenciar a eficácia.

Estes ingredientes (pertença, empatia, objetivos, expectativas e eficácia) são a base de uma boa performance profissional (produtividade) e da permanência na organização (em tempos em que a retenção de talento é uma das dificuldades mais apontadas).

Como atrair e reter talento num mundo experiencial
Atrair e reter talento diferenciado

É neste quadro que criar um plano de onboarding – e, incluído neste, um processo de integração digital – assume uma enorme importância para a organização e os colaboradores.

O processo de integração digital centra-se no uso das ferramentas digitais fornecidas pela empresa, como a respetiva plataforma online - que habitualmente é o “navio-almirante” dessa estrutura digital, por ser um canal ágil de comunicação interna, de consolidação de processos e a porta de entrada para o trabalho online. Este acolhimento digital, que permite ao colaborador familiarizar-se com os recursos desta natureza existentes internamente, representa, muitas vezes, uma diminuição do tempo de integração, ou seja, a empresa poderá contar com um desempenho eficaz do seu colaborador mais cedo, logo, beneficiará de um acréscimo de produtividade.

O Grupo Cegos, em Espanha, idealizou um plano de onboarding em seis etapas que, de forma sucinta aqui resumo e partilho:

Identificar as necessidades e objetivos da empresa

O que se espera que os novos colaboradores façam? Quais são os valores e a cultura da empresa? O que se espera que os novos colaboradores alcancem no final do processo de integração?

Identificar as necessidades dos novos colaboradores

O que precisam de saber para se sentirem confortáveis e produtivos? De que informações e recursos precisam para ter sucesso?

Criar um plano de onboarding

Deve incluir metas e responsabilidades e um conjunto de tarefas, bem como os recursos que serão fornecidos durante o processo para esse efeito.

Personalizar o processo

Um bom onboarding deve ser personalizado, para se adaptar às necessidades específicas da empresa e dos novos colaboradores (materiais de formação personalizados, tarefas específicas atribuídas a cada novo colaborador, programa de acompanhamento criado para garantir o bom desenrolar do processo).

Implementação do processo

Agora que o plano já foi concebido, está na hora de o pôr em prática. Aqui chegados, é crucial garantir que todos os membros da equipa conheçam o processo e saibam os seus papéis.

Avaliação e ajustamento

O processo de onboarding deve ser avaliado periodicamente para aferir se está a funcionar de forma correta e, se assim não acontecer, fazer ajustamentos.

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Um bom começo é muito mais do que isso no ciclo de vida do colaborador na empresa. E para tal, o plano de onboarding adequado pode ser o passaporte para largos anos de uma verdadeira comunhão, mutuamente frutuosa.

Escrito por

Fátima Gonçalves

Licenciada em Psicologia pelo ISPA (pré-Bolonha). Mestrado Integrado em Psicologia (pós-Bolonha).Consultora Gestora de Projetos nas áreas de Desenvolvimento Pessoal; Comunicação e Técnicas de Expressão; Liderança e Desenvolvimento de equipas; Responsável pela área de Formação Pedagógica de Formadores. Certificação em Coaching pela Escola Europeia de Coaching (programa homologado pela ICF);Formadora Certificada para produtos FranklinCovey;Certified Executive Coach pela FranklinCovey/Columbia University Executive – Coach Certification Program (Salt Lake City – EUA).
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